Agora, no mestrado em Antropologia, pesquiso oficialmente a força da masculinidade sobre os gays. O título que minha pesquisa recebe até é Masculinidade entre rapazes gays de Teresina. Primeiro o mestrando tem um projeto, que foi usado para selecioná-lo antes de entrar. Aquele projeto, reelaborado, será usado para escrever a dissertação de mestrado que será apresentada no fim do mestrado e avaliada. Se a pessoa for bem, recebe o título de mestre. Às vezes recebem mesmo que eles não gostem, mas essa é outra discussão.
Tenho um desejo com esse projeto. Que ele se torne algo que realmente acrescente alguma coisa ao conhecimento. Considero que minhas leituras estão estagnadas num certo círculo que escreve entre si e que não me oferece muito mais do que já ofereceu, o que foi muito. Mas não me levou a um conhecimento de fato, eu julgo. Sei que sou muito crítica em relação a isso e por isso mesmo minha responsabilidade é redobrada. Claro que escrever uma dissertação de mestrado dá medo e ter que defendê-la diante de pessoas que têm respaldo pra falar do tema é comprometedor.
Então, saiba que se você vai pesquisar, haverá momentos de passar por cima de tudo que já aprendeu e terá que ter a humildade de aprender tudo novamente. Tem acontecido comigo. Se seu ego não te permite sair da zona de conforto, pense duas vezes antes de fazer uma pós, ou antes de criar conceitos. Conceitos, muita gente não pensa, mas servem “por enquanto”, enquanto você trata um determinado assunto e tem que estabelecer ideias para se organizar. Não para tomar conta da sua maneira de ser. Por isso é que não há problema em mudá-los.
Pesquisar gênero tem se mostrado pra mim mais desafiador do que eu pensava. Tanto já foi escrito e por isso mesmo fico às vezes com a sensação de que não encontro o que quero em lugar nenhum. Mas é só impressão mesmo. Talvez ela seja causada pelo fato que preciso escrever por minha própria conta.
Alerta: Não quero ser mais uma daquelas militantes, que parecem defender os direitos da mulheres até o fim e nem criar novas formas de dominação e alienação. Identifico-me mais com aquelas senhoras legais, que não tem medo de falar de sexo e estão um charme na meia idade.
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