domingo, 17 de julho de 2011

Série Pesquisando Gênero: Antropological Blues


Estudar gênero para mim tem sido ver filmes e mesmo assim ficar de boca aberta com coisas que julgava não me impressionar mais.

Tem sido me emocionar com como as pessoas querem umas às outras e com sua necessidade de se sentir amadas e respeitadas por elas.

Tem sido rever minha própria conduta e pensar como agirei com meus filhos, com os amigos dos meus filhos...

Tem sido experimentar falar com muito mais clareza para pessoas de gerações diferentes, tanto mais velhas como mais novas e demonstrar que elas não pensam tão errado e assim ser alguém mais responsável com minhas palavras e atitudes.

Tem sido acordar no meio da noite com medo de não escrever todas aquelas páginas a serem analisadas e reelaboradas.

Estudar gênero pra mim tem sido saber que com o tempo, o que escrevi vai perder um pouco do valor, porque o presente está mais próximo do futuro até para a ciência.

Tem sido ter o privilégio de aprender todo dia sobre algo que interessa a todo mundo e está em todos os lugares.

Tem sido ensinar outras pessoas a pensar dessa forma também e a inverterem suas lógicas, para ver se funcionam.

Estudar gênero pra mim tem sido olhar sem vergonha para as pessoas ao meu redor, porque de alguma forma libertina, eu me sinto autorizada a buscar o sujeito cultural nas suas roupas e na sua voz.

Quando eu pesquiso gênero, acho chato. Quando aprendo sobre sexualidade acho o máximo. Estudar é péssimo, mas saber é muito bom, mesmo que saber seja uma palavra muito forte. Nesse momento eu não me imagino fazendo outra coisa e por meio desses temas eu posso experimentar o que significa satisfação pessoal, profissional e estudantil. Posso me imaginar num futuro como alguém de sucesso.

Não quero que soe como motivacional, mas apenas que ter algo que buscar não significa estar insatisfeito com o caminho. Lógico que me desentendo com meu tema, mas faço ele gostar de mim. Estou em transformação por ele. Em um eterno Antropological Blues.

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