segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carta ao grande amor


Teresina, 04 de Outubro de 2010

Então, meu amor, ao passar por uma placa que continha o termo “educação artística” e escutar alguns acordes, olhei ao redor e foquei pela primeira no que as artes tinham em comum. Antes eu só fazia o processo inverso, tentava formular uma noção geral para depois enquadrar todas as artes, o que me era insatisfatório e me dizia que eu tinha que pensar mais sobre o que tornava uma forma de expressão uma expressão artística.
Fiquei imaginando qual era o ponto convergente e só conseguia pensar na palavra que já ditava a minha noção do que era arte: subjetividade.
Arte, definida apenas como “toda forma de expressão humana” a meu ver é muito abrangente porque algumas das formas de expressão do homem visam exatamente a objetividade. Ou a objetividade e a subjetividade unidas (a ciência humana, o direito, a medicina...). Dizer que a arte é toda forma de expressão é dizer que se faz arte a torto e a direito, no que não acredito. Acredito sim, que a arte engrandece o ser humano propondo a ele meios de dar vazão a idéias e sentimentos. Isso porque já foi dito e repetido que o ser humano não é a apenas objetivo. O ser humano é mais! Esse mais tem haver com a impossibilidade de limitar aquilo que é meramente objetivo. Não é dormir, é sonhar.
O senso estético é a arma da arte. Falo com a mesma autoridade de um telespectador.
Se pego, ouço, vejo, eu sinto. Eu consumo. Não interessa se a arte é erudita ou não. Subjetividade não escolhe classe social. Elitismo nas artes é só mais uma forma de diferenciação entre as pessoas.

Assim sendo, resumo assim a idéia de arte que formulei e que estou pronta para reelaborar ou aperfeiçoar:

Arte é o conjunto de meios pelos quais o ser humano suscita ou expressa a sua subjetividade.

E sabemos que subjetividade é semente que brota fácil, mas precisa de condições para se tornar flor.

Do seu amor,
Daiany.

Um comentário:

Blog do Sybão! disse...

Então, desculpa a demora em responder seu comentário! Mas, aqui vou eu. Concordo que arte é subjetivo, e vazar o que pensa, sentir, almejar, está incluido nesse fazer. Porém, demoraremos ainda um tempinho para sabermos o que diabos é REALMENTE arte com o advento da arte conceitual, arte contemporânea, e a cabarezada toda que surgirá daqui pra frente. Te confesso que sou um amante da arte conceitual, por utilizar idéias nosenses de fuga do material... Isso me agrada muito! Mas dizer, definir a palavra Arte... hum... não sei... melhor que tomemos um café e falemos das nossas vidas!

Abraços!