Muitas pessoas se espantam até com essa palavra, Antropologia. Ela é uma das três vertentes principais das Ciências Sociais. As outras duas são Sociologia e Ciência Política. Ciência Política vem em último lugar pra mim, e Antropologia em primeiro. Mas adoro Política. Então imagine a minha taxa de alucinação por Antropologia.
Aulas à parte, cinco anos depois de ter entrado em uma faculdade de CS as pessoas ainda me perguntam o que se faz nessa profissão. Dou a resposta mais romântica possível.
Etimologicamente falando, eu deveria estudar o homem. De acordo com a pesquisa que desenvolverei no mestrado da UFPI eu também deveria estudar “o homem” – a masculinidade, melhor dizendo. Mas o homem se auto intitula complexo demais e é estudado por todos os ramos do conhecimento científico, pseudocientífico e mesmo aqueles conhecimentos que não tem a menor pretensão de serem científicos.
Para estudar as culturas desenvolvidas pelos povos, lhes apresento tchan tchan tchan tchan: a Antropologia!
Tá, sei que não resolvi nada para aqueles realistas que nunca souberam do que se trata a disciplina (isso dificulta) e estão mais preocupados é com prática e com mercado de trabalho. Os Antropólogos que eu conheço são todos fodões. E são todos meus professores. Eles vem de universidades conceituadas no Brasil e no mundo, lançam livros, desenvolvem pesquisas e ganham prêmios. Sim, ainda moro no Piauí.
Não sei se nossa geração vai ter o mesmo talento pra manter a Antropologia na UFPI, onde é melhor desenvolvida no Estado, forte e crescendo. Mas imagino que farei parte e espero conseguir ajudar com o me for possível. Posso estar esquecendo algo, pois escrevo sem nenhuma fonte de pesquisa, mas o trabalho Antropológico está geralmente ligado a algum órgão governamental que necessite de pesquisas e/ou que fomente as buscas por informações sobre os diferentes grupos culturais para que se entenda de maneira mais profunda a realidade nacional e nela se possa agir positivamente. Antropólogo constrói dados qualitativos e quantitativos sobre as populações além de fornecer informações sobre as particularidades destas para o fornecimento de laudos, por exemplo, os analistas.
No meu caso, pretendo estudar família para, além de sustentar futuramente a minha família, eu possa contribuir de forma efetiva para o alargamento da cidadania daqueles que hoje abrem caminho para os que vão usufruir da cidadania por esses conquistada. Ser cidadão não basta para ter cidadania.
O Antropólogo é aqueles ser que acredita profundamente que produzir conhecimento sobre pessoas é indispensável para estas e para as outras... pessoas.
Existe ainda uma controvérsia sobre se o acadêmico é Antropólogo ou professor de Antropologia. Mas já tenho pensamento formado sobre isso pois, chegar a ministrar uma cadeira de Antropologia em uma faculdade envolve alta graduação e um trabalho de pesquisa e publicação que vai além da docência, porém não pode ser dele separado, ao meu ver.
Mas existem também os Antropólogos que são sequestrados por índios em disputas por terras... Brinco aqui com coisa séria, mas para demonstrar que essa profissão envolve bastante doação e paixão, mas pode trazer uma vida confortável ($), obrigada.
Esse texto nada tem haver com uma abordagem teórica. Ele se limita a minhas experiências e concepções que tem muito haver com abordagens teóricas. Mas para fazer uma única citação, repito o que um dia minha professora da graduação e agora do mestrado, a Dr. Lídia, disse uma vez: a função da Antropologia é, em última instância, tonar o ser humano mais humano.
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