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O objetivo da tatuagem nunca foi a beleza. O objetivo era a mudança. Desde os sacerdotes núbios escatificados de 2000 A.C. Até as cicatrizes moko dos maoris modernos, passando pelos acólitos tatuados do culto a Cibele na Roma antiga, os seres humanos haviam se tatuado como uma forma de oferenda, um sacrifício parcial do próprio corpo, suportando a dor física do embelezamento e sendo por ela transformados.
Apesar dos avisos ameaçadores em Levítico 19:28, que proibiam marcas na pele, as tatuagens se tornaram um rito de passagem compartilhado por milhões de pessoas na era moderna – de mauricinhos a viciados em drogas e donas de casa suburbanas.
O ato de tatuar a própria pele era uma transformadora declaração de poder, um anúncio ao mundo: eu tenho controle sobre a minha própria carne. A embriagante sensação de poder advinda dessa transoformação física deixara milhões de pessoas viciadas em práticas de alteração corporal – cirurgia plástica, piercings, fisiculturismo, anabolizantes e até mesmo bulimia e mudança de sexo. O espírito humano anceia por dominar seu invólucro carnal.
BROWN, Dan. O símbolo perdido [tradução de Fernanda Abreu]. Rio de Janeiro: Sextante, 2009
Recentemente no fim de uma festa conversei com minha amiga Thays sobre o fazer tatuagens. Chegamos à conclusão de que não fazer tatuagens também é original, em um mundo em que fazê-las é “descolado”. Mas concordamos também que jamais diríamos a alguém que estivesse decidido ou decidida a fazer que não o fizesse. Até acompanhamos se for preciso (e divertido).
Só que a opinião exclusivamente minha é que não sei se vou gostar sempre da mesma imagem que hoje me apetece. Não creio ter tamanha constância. Além de que não acho que aqueles bonequinhos coloridos vão combinar com minha futura pele flácida, inevitável a quem sobreviver muitos anos. Só defendo o outro lado, o de quem ainda não encontrou algo suficientemente eterno (enquanto dure o ser) para tatuar. Mas me dou o direito de fazê-lo, caso eu encontre.
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