
No último sábado a noite tive uma daquelas visitas deliciosas que faço à minha melhor amiga, Sávia Barreto. De todos os assuntos destacados, duas vertentes polarizaram nossas discussões: expectativas e Ciência Política. Eu em nome da Ciência, ela em nome da Política.
Enquanto eu fico estudando pra ser estudante, ela trabalha. Formando opinião. Assim, ela é jornalista de política do jornal mais vendido do estado. Sei que se tratando de mim o tema PROJETOS DE PESQUISA seria recorrente. Só pra registro histórico: hoje é domingo de eleição. Concordamos com um voto simbólico na Marina Silva, mas o que nos agoniava era a dificuldade de formular um objeto de estudo.
Exatamente formular. Porque ver problemas, fatos, isso é nosso cotidiano. Nossa dificuldade é tirar um elemento do empírico, enriquecê-lo e chamá-lo de Científico. (Posso dizer que já direcionei a minha pesquisa para a masculinidade homossexual, guiada pela pesquisa de meu professor e dada a altura do campeonato) Mas o que uma garota que escreve todos os dias sobre fatos institucionalmente políticos escolhe pra focar? A compra de votos? Linhas editoriais? Fidelidade partidária?
A questão é que nisso – talvez apenas nisso – ela não é especial: como estudante de Ciências Sociais muitas vezes me peguei – e sei de amigos que já tiveram aventuras nesse sentido – em dúvida sobre como aprisionar informações em uma gaiola, revirá-las com uma pinça e tirar dali conclusões que parecem ser apenas a minha literatura, a minha organização poética. É que, como uma professora disse uma vez, a gente só lida com tema quente! Então que tema pode ser quente o bastante?
A única conclusão a que consigo chegar é que é possível insistir numa idéia que já se tem, que aquela que você defende na conversa informal. Problema é que você se apaixona por uma das três vertentes das ciências sociais (Sociologia, Antropologia e Política) e cada uma é tão rica que ter certeza de que quer seguir na vertente de Sociologia nem sempre é o bastante pra saber se se quer pesquisar globalização, movimentos sociais ou agricultura familiar. Muitas vezes se muda de interesse. Ainda bem.
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