sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Notícias do mundo de cá

 
"Ando tão a flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar"
 


Dizem que as viagens, especialmente as longas, são um exercício de autoconhecimento. Pois bem, algumas coisas eu aprendi sobre mim e sobre os Outros também. Esses 11 milhões de outros que são os paulistas. Vamos lá:

- Eu sou uma pessoa do calor e espero fazer todas as viagens importantes da minha vida, aquelas que eu possa planejar, para locais quentes. O frio me paralisa.

- Ô, povo da comida gostosa, esse.

- A mesma universidade que permite que os alunos usem drogas no prédio das aulas é a que tem professores muito rígidos na sala de aula. E eu nem ia notar isso se não tivesse ouvido de uma aluna alemã.

- Eu sou uma pessoa do silêncio. Definitivamente, estar em quietude é deixar o meu eu aflorar e isso é radicalmente diferente de ser ou estar triste. Aliás, silenciar é parte importante do meu trabalho e eu sinto assim que me encaixo mesmo no que faço.

- Certa vez eu disse ao Fabiano: Problema é que não tem doutorado em Teresina. Para o que ele respondeu: Essa é a solução. Eu não esqueci.
 
- São Paulo é sempre um lugar de nó na garganta pra mim. Quando estou aqui, as lágrimas ficam sempre nas pálpebras, a espera de qualquer música, foto ou cena comovente para se derramarem.


- Costumo dizer que essa é uma cidade agressiva. Eu ainda acho (e a alemã também). Mas tem uma coisa louvável nas pessoas daqui. Elas amam São Paulo. Os paulistas e paulistanos dificilmente falam que querem morar em outro lugar. São Paulo é um local de atração e eu não entendo bem o motivo de tamanha paixão por parte de alguns nordestinos e pessoas de outros lugares, até outros países. Talvez seja porque os de fora geralmente veem a casa pelos olhos dos donos, e isso é uma crítica, teresinenses. Todas as pessoas daqui que conheço sentem que estão no lugar mesmo que irão envelhecer.

- São Paulo, ao contrário do que se pensa, é uma cidade relativamente arborizada e isso me encanta. A união de sombra, vento frio e planta daqui é única. Disse acima que não entendo a paixão das pessoas porque costumo me encantar com paisagens. Sendo assim, os jardins daqui são a coisa de que mais gosto.

- Não saber em que rua o ônibus vai entrar a seguir é libertador.

- Em parte, algo em mim comemora não vir morar aqui e outra parte lamenta. Comemora pelo inverno que não vou sentir e lamento pelas palavras do querido professor Francisco Júnior ao saber que eu vinha pra cá tentar terminar minha formação: Acho que todo brasileiro deveria passar um tempo em São Paulo, morando.

Sendo assim, termino com palavras de Game of Trones: Que os Outros te levem.

Mas eu, não. Meu lugar é Teresina.


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