sábado, 20 de junho de 2009

Ernestamente.


Falaram do Che e resolvi inclui-lo numa das minhas Provas para a oitava série. Uma versão simplista e idealizada, no meu texto. Problema nenhum com isso. Meu desafio era descobrir características da personalidade em questão. Eu não poderia mentir, afinal, Prova é um instrumento de descoberta. O conteúdo do mês? Descrever pessoas. Wikipédia, bogs e mais blogs terminaram me derramando na cabeça a complexidade dele. É fácil encontrar qualidades. Adentro encontramos os defeitos incontestáveis.
A maior constatação da imponência da noção de El Che, encontrei no artigo que tenta desmistificar sua imagem, na Veja, em primeiro de Outubro de 2007.

Por suas convicções ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro. Entre a captura e a execução de Che na Bolívia, passaram-se 24 horas. Execução sumária? Não para os padrões de Che. Centenas de homens que ele fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários cujas deliberações muitas vezes não passavam de dez minutos.

Outros artigos compararam-no aos heróis imortais dos quadrinhos.. Ok, vejamos um: Homem-aranha? Menino patético. Mas heróico e apaixonado.
Discusão besta.
Foi com personalidades ambíguas que se fizeram os grandes marcos históricos. Já me disseram que Zumbi dos Palmares pode não ter existido. Conheço alguém que fez monografia sobre a desmitificação de Torquato Neto.
É inviável abandonar um mito.

Quando morreu, Che era uma celebridade internacional. Boa-pinta, saía ótimo nas fotografias. A foto do pôster que enfeita quartos de milhões de jovens foi tirada num funeral em Havana, ao qual compareceu o filósofo francês Jean-Paul Sartre – que exaltou Che como "o mais completo ser humano de nossa era" – e sua mulher, a escritora Simone de Beauvoir. A foto de 1960 só ganhou divulgação mundial sete anos depois. Dois meses mais tarde, Che foi morto na selva boliviana e Fidel fez um comício à frente de uma enorme reprodução da imagem. Nascia o pôster.
http://www.depacom.org.br/informativos/2007/616_01_10_07.htm

Não ficou decrepto e “protegido” na ilha. A razão para falar sobre ele foi mesmo a foto acima. Che focalizando. Não aquela icônica. A imagem que as pessoas fazem das pessoas é mais forte do que o que elas realmente são?

Só penso que o imaginário não deve morrer.
A humanidade conta sua história através de poucos homens. Che é um deles.

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